quarta-feira, 31 de março de 2010
PEC
O Governo gosta do PEC.
Os banqueiros gostam do PEC.
Durão Barroso gosta do PEC.
O FMI gosta do PEC.
Quem será que não gosta?
É a economia, pá...
Tirei a tarde para ouvir o debate na A.R. sobre economia e exportações.
Confesso que não sei se fiz bem.
Depois de ouvir Jerónimo de Sousa falar sobre a destruição do aparelho produtivo nacional, o 1º ministro, indignado, clama: ainda não ouvi ninguém (sobretudo os partidos da esquerda) a falar sobre as exportações (assunto que o levou ali) e a apresentar qualquer ideia ou proposta concreta sobre o assunto.
Não sou economista. Mas, uma pequena questão se me levanta:
Após se ter destruído o sector industrial (construção e reparação naval, metalurgia, metalomecânica, química, etc.), estrangulado as pequenas e médias empresas, desmantelado a frota de pesca e arruinado o sector agrícola, vamos exportar o quê?
Magalhães?
Não seria melhor fazer um debate sobre as importações.... de jogadores de golfe?
terça-feira, 30 de março de 2010
A gangrena
O antigo Bispo do Funchal, Teodoro de Faria, disse à agência Lusa, considerando um exagero as críticas que têm vindo a ser feitas à igreja, no que diz respeito aos denunciados casos de pedofilia, que "todas as classes têm defeitos deste género".
Mais afirmou que vivemos uma "época em que se difundem todas as formas de imoralidade" e em que "a sociedade fica um pouco gangrenada".
Eu também acho que todas as classes têm "defeitos" deste género. Não conheço é nenhuma outra instituição que os tenha encoberto tão bem.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Última hora
Miguel Sousa Tavares entrevista Nicolau Breyner na SIC (Sinais de Fogo).
Poderá haver algum acontecimento mais importante neste país?
domingo, 28 de março de 2010
sábado, 27 de março de 2010
sexta-feira, 26 de março de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
Ratings
Fumo negro

De acordo com o New York Times, documentos provenientes de um processo judicial demonstram que altos responsáveis do Vaticano, entre os quais o papa Bento XVI, encobriram denúncias da prática de crimes sexuais sobre crianças surdas.
quarta-feira, 24 de março de 2010
O que é importante é trabalhar
Foi lançada uma teoria, pelo governo (e logo acolhida pela direita), que é simples. O que importa é trabalhar.
Esta ideia, que tem vindo a percorrer o seu caminho, tem por trás uma mensagem simples. Vocês, que têm emprego, paguem esta crise, senão... adeus emprego.
Subjacente à mesma está uma outra, aparentemente genial. Quem trabalha não se pode queixar porque há muita gente (sem emprego) que está muito pior. Assim, qualquer reivindicação, mesmo que justa, não é solidária.
Eu também acho que ter trabalho é importante. Mas, o mais importante é que esse trabalho seja justamente remunerado e proporcione uma condição de vida digna.
Em vez de ameaçar os trabalhadores com o desemprego, o Governo deveria reforçar as prestações sociais, nomeadamente aquelas a que têm direito os desempregados e os mais desfavorecidos.
Não há dinheiro? Tributem-se as grandes fortunas e os lucros obscenos de algumas empresas, acabe-se com o desperdício.
Este PEC, toda a gente já percebeu, não serve o país. Serve alguns, os mesmos do costume.
Privatização dos lucros e nacionalização dos prejuízos, desemprego e subdesenvolvimento. É disto que precisamos?
E ele o que é que vê quando se olha ao espelho?
O grande Sílvio perguntou, num comício realizado ontem em Turim, referindo-se a Mercedes Bresso, candidata do Partido Democrata à presidência da região de Piemonte: "Sabem por que é que a senhora Bresso está sempre de mau humor?"
De seguida responde: "Porque de manhã, quando se levanta e se olha ao espelho para se maquilhar, vê-se. E, assim, o seu dia fica estragado".
Ele é que estraga o dia de qualquer um e logo pela manhã, ao pequeno almoço.
terça-feira, 23 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
Segredo de justiça e a"mediocridade lusitana"

Eduardo Maia Costa publicou isto:
"Solução (fácil) para o segredo de justiça
Andava para aí toda a gente a matutar na solução para as violações do segredo de justiça, colocando-se mesmo a hipótese de proceder a escutas de magistrados, quando afinal a solução é simples e infalível.
Vem dos States, pela mão do prof. Nuno Garoupa, da University of Illinois.
Diz ele: "Todos sabemos quem está na origem das violações, o procurador responsável pelo processo. Evidentemente que muitas vezes não é o procurador quem directamente viola o segredo de justiça, mas sobre ele cai a responsabilidade processual de o proteger." Portanto, pimba no procurador! (Desculpem esta linguagem pimba, que não é, porém, mais pimba que a solução...).
Portanto, já não são precisas as escutas. Está encontrado o responsável. É fácil. O procurador, tenha ou não tenha culpa, é o culpado.
É genial! Como não nos tínhamos lembrado ainda? Ah, mediocridade lusitana! Só quem sai desta pátria tacanha abre os olhos para a luz!"
Eu, incrédulo, ainda fui confirmar.
É verdade, Nuno Garoupa, professor de direito da University of Illinois, escreveu esta bela prosa.
Andava para aí toda a gente a matutar na solução para as violações do segredo de justiça, colocando-se mesmo a hipótese de proceder a escutas de magistrados, quando afinal a solução é simples e infalível.
Vem dos States, pela mão do prof. Nuno Garoupa, da University of Illinois.
Diz ele: "Todos sabemos quem está na origem das violações, o procurador responsável pelo processo. Evidentemente que muitas vezes não é o procurador quem directamente viola o segredo de justiça, mas sobre ele cai a responsabilidade processual de o proteger." Portanto, pimba no procurador! (Desculpem esta linguagem pimba, que não é, porém, mais pimba que a solução...).
Portanto, já não são precisas as escutas. Está encontrado o responsável. É fácil. O procurador, tenha ou não tenha culpa, é o culpado.
É genial! Como não nos tínhamos lembrado ainda? Ah, mediocridade lusitana! Só quem sai desta pátria tacanha abre os olhos para a luz!"
Eu, incrédulo, ainda fui confirmar.
É verdade, Nuno Garoupa, professor de direito da University of Illinois, escreveu esta bela prosa.
Porque me foi pedido, também andava à procura da solução.
Depois disto, só posso dizer: estava mesmo aqui tão perto. No fundo do mar.
domingo, 21 de março de 2010
A canção do momento
Ruben Amorim, Carlos Martins, Óscar (Tacuara) Cardozo e todos os outros, obrigado.
Som e Fúria
Há uns tempos atrás, o meu amigo Nuno Ramos de Almeida apresentou-nos esta Grande Reportagem.
Nos dias de hoje, o tema não podia ser mais actual.
Nos dias de hoje, o tema não podia ser mais actual.
Dia mundial da poesia
Poeta Castrado, Não!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:
Da fome já não se fala
--- é tão vulgar que nos cansa ---
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?
Do frio não reza a história
--- a morte é branda e letal ---
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?
E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
--- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
--- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!
Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
José Carlos Ary dos Santos
sábado, 20 de março de 2010
O adeus a Snake
"Subúrbios de todo o país desceram ao Alto de São João para última despedida do rapper".
Este subtítulo do Público diz quase tudo.
Se Nuno Rodrigues morasse no Restelo ou em Alvalade como é que seria o mesmo?
Este subtítulo do Público diz quase tudo.
Se Nuno Rodrigues morasse no Restelo ou em Alvalade como é que seria o mesmo?
Quem é que entende?
Porquê 60 dias?
A polémica sobre a chamada "Lei da Rolha" prossegue.
Já quase todos opinaram, mas eu ainda não.
Aqui vai:
Antes de mais, uma pequena declaração de princípios: Estou-me a marimbar para os estatutos do PSD. Não sou do PSD e nunca votei neste partido.
O que me faz confusão é que alguns "militantes" partidários que nem sequer comparecem às reuniões dos respectivos órgãos, se entretenham durante 4/5 do seu tempo e do alto das suas tribunas mediáticas, a tentar derrubar os dirigentes democraticamente eleitos e a arrasar qualquer decisão por estes tomada.
Não sei se é simples impressão minha, ou estes ditos "militantes" deveriam expor as suas ideias nos órgãos próprios do partido, baterem-se por elas e depois, se vencidos, acatar a decisão da maioria?
Não será esta a essência da democracia?
Já li algures que "qualquer dia um sócio do benfica ou do sporting não pode dizer mal do presidente do clube nas vésperas dos derbys..." É, talvez, o argumento mais estúpido que alguém se lembraria de invocar. É a verdadeira futebolização da política.
Um partido político não é um clube de futebol (embora alguns pareçam), nem é uma sociedade anónima (mesmo que desportiva), cuja gestão se orienta (ou deveria orientar) essencialmente para o lucro.
Se eu, sócio do benfica, tivesse qualquer possibilidade de participar no processo de tomada das decisões do meu clube, já teria contratado o Leonel Messi. Infelizmente, só posso eleger os dirigentes e esperar pelos resultados.
Um militante de um partido político pode e deve participar no processo de decisão e deve fazê-lo precisamente através da sua militância. A decisão é colectiva e o mínimo que se exige é solidariedade.
Esta norma estatutária do PSD tem, pelo menos, uma grande virtude: nos períodos eleitorais e por 60 dias, ouviremos menos disparates.
Já quase todos opinaram, mas eu ainda não.
Aqui vai:
Antes de mais, uma pequena declaração de princípios: Estou-me a marimbar para os estatutos do PSD. Não sou do PSD e nunca votei neste partido.
O que me faz confusão é que alguns "militantes" partidários que nem sequer comparecem às reuniões dos respectivos órgãos, se entretenham durante 4/5 do seu tempo e do alto das suas tribunas mediáticas, a tentar derrubar os dirigentes democraticamente eleitos e a arrasar qualquer decisão por estes tomada.
Não sei se é simples impressão minha, ou estes ditos "militantes" deveriam expor as suas ideias nos órgãos próprios do partido, baterem-se por elas e depois, se vencidos, acatar a decisão da maioria?
Não será esta a essência da democracia?
Já li algures que "qualquer dia um sócio do benfica ou do sporting não pode dizer mal do presidente do clube nas vésperas dos derbys..." É, talvez, o argumento mais estúpido que alguém se lembraria de invocar. É a verdadeira futebolização da política.
Um partido político não é um clube de futebol (embora alguns pareçam), nem é uma sociedade anónima (mesmo que desportiva), cuja gestão se orienta (ou deveria orientar) essencialmente para o lucro.
Se eu, sócio do benfica, tivesse qualquer possibilidade de participar no processo de tomada das decisões do meu clube, já teria contratado o Leonel Messi. Infelizmente, só posso eleger os dirigentes e esperar pelos resultados.
Um militante de um partido político pode e deve participar no processo de decisão e deve fazê-lo precisamente através da sua militância. A decisão é colectiva e o mínimo que se exige é solidariedade.
Esta norma estatutária do PSD tem, pelo menos, uma grande virtude: nos períodos eleitorais e por 60 dias, ouviremos menos disparates.
É pena ser só por 60 dias.
Para ti € € €
sexta-feira, 19 de março de 2010
quinta-feira, 18 de março de 2010
E se Platini não fosse francês? Ou a crónica de um jogo de futebol

Quem é este Damir Skomina?
Foi assim:
Dois penaltis a favor do Benfica? Ops, isto não está fácil. O melhor é não os assinalar.
"Fora-de-jogo" mal assinalados contra o Benfica desde os 2 minutos? Estou em forma.
Flagrantes faltas contra o Marselha, népias...
Entradas brutais sobre jogadores como Di Maria ou David Luiz, lindo...
O Marselha encurralado na sua defesa? Temos de resolver isto...
O Velodrome a gritar "Benfica, Benfica", isso é que era bom...
Fora-de-jogo no golo do Marselha? Não interessa...
Maxi Pereira empata (75 minutos), não pode ser.
Jogadores do Marselha (esmagados) protestam. Cartões amarelos? Estão esgotados. Pode haver uma próxima eleminatória...
Vamos lá marcar um livre (inexistente) à entrada da área do Benfica.
Falharam?. O que é que posso fazer mais?
Ora aí está, mais um cartão amarelo (não estavam esgotados?) para o Javi Garcia.
O Aimar sofre falta dentro da área do Marselha? Livre contra o Benfica.
É pá, o Benfica está quase a marcar, o que é que posso fazer?
Golo do do Benfica (Kardec), será que perdi o emprego?
Ainda vou mostrar um cartão amarelo ao gajo.
Tomem lá mais 3 minutos para ver se resolvem isto.
Não posso expulsar os 11 gajos do Benfica?
O Deschamps já tirou o plástico da boca. Isto não é bom sinal...
Acabou, desculpa lá ó Platini...
SOMOS MESMO GRANDES!
quarta-feira, 17 de março de 2010
Nem um tostão para Timor...
Tão flagrante era o sofrimento daquele povo que, por todo o mundo, se gerou um movimento de solidariedade e de apoio à sua causa.
Alberto João Jardim, em gozo das suas pitorescas férias do Porto Santo, gritou: "Nem um tostão para Timor". Terá mesmo acrescentado, no dia 29 desse mesmo mês, que: "A filosofia popular ensinou-me que cada um se deve governar por si".
Timor Leste é um dos países mais pobres do mundo, sendo o valor do seu orçamento anual duas vezes inferior ao da Região Autónoma da Madeira.
Mas,
Passados mais de 10 anos, o povo de Timor, face à tragédia que se abateu sobre a Madeira, doou 750 mil dólares para apoio às vítimas desta região.
Mas,
Passados mais de 10 anos, o povo de Timor, face à tragédia que se abateu sobre a Madeira, doou 750 mil dólares para apoio às vítimas desta região.
Só me ocorrem quatro palavras: Obrigado Povo de Timor.
É para repatriar os capitais, dizem...

Basta pagar 5% e já está.
Isto é que é o 5àSec.
E que tal expatriar a cambada?
terça-feira, 16 de março de 2010
Para quem não sabia o que era jornalismo sério
O que o actual Bastonário da Ordem dos Advogados António Marinho e Pinto escreveu no «Diário do Centro» sobre Mário Soares, em 15 de Março de 2000
MÁRIO SOARES E ANGOLA
"A polémica em torno das acusações das autoridades angolanas segundo as quais Mário Soares e seu filho João Soares seriam dos principais beneficiários do tráfico de diamantes e de marfim levados a cabo pela UNITA de Jonas Savimbi, tem sido conduzida na base de mistificações grosseiras sobre o comportamento daquelas figuras políticas nos últimos anos.
Espanta desde logo a intervenção pública da generalidade das figuras políticas do país, que vão desde o Presidente da República até ao deputado do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, passando pelo PP de Paulo Portas e Basílio Horta, pelo PSD de Durão Barroso e por toda a sorte de fazedores de opinião, jornalistas (ligados ou não à Fundação Mário Soares), pensadores profissionais, autarcas, «comendadores» e comentadores de serviço, etc.
Tudo como se Mário Soares fosse uma virgem perdida no meio de um imenso bordel.
Sei que Mário Soares não é nenhuma virgem e que o país (apesar de tudo) não é nenhum bordel. Sei também que não gosto mesmo nada de Mário Soares e do filho João Soares, os quais se têm vindo a comportar politicamente como uma espécie de versão portuguesa da antiga dupla haitiana «Papa Doc» e «Baby Doc».
Vejamos então por que é que eu não gosto dele (s).
A primeira ideia que se agiganta sobre Mário Soares é que é um homem que não tem princípios mas sim fins.
É-lhe atribuída a célebre frase: «Em política, feio, feio, é perder».
São conhecidos também os seus zigue-zagues políticos desde antes do 25 de Abril.
Tentou negociar com Marcelo Caetano uma legalização do seu (e de seus amigos) agrupamento político, num gesto que mais não significava do que uma imensa traição a toda a oposição, mormente àquela que mais se empenhava na luta contra o fascismo.
JÁ DEPOIS DO 25 DE ABRIL, ASSUMIU-SE COMO O HOMEM DOS AMERICANOS E DA CIA EM PORTUGAL E NA PRÓPRIA INTERNACIONAL SOCIALISTA. Dos mesmos americanos que acabavam de conceber, financiar e executar o golpe contra Salvador Allende no Chile e que colocara no poder Augusto Pinochet.
Mário Soares combateu o comunismo e os comunistas portugueses como nenhuma outra pessoa o fizera durante a revolução e FOI AMIGO DE NICOLAU CEAUCESCU, FIGURA QUE CHEGOU A APRESENTAR COMO MODELO A SER SEGUIDO PELOS COMUNISTAS PORTUGUESES.
Durante a revolução portuguesa andou a gritar nas ruas do país a palavra de ordem «Partido Socialista, Partido Marxista», mas mal se apanhou no poder meteu o socialismo na gaveta e nunca mais o tirou de lá. Os seus governos notabilizaram-se por três coisas: políticas abertamente de direita, a facilidade com que ertos empresários ganhavam dinheiro e essa inovação da austeridade soarista (versão bloco central) que foram os salários em atraso.
INSULTO A UM JUIZ
Em Coimbra, onde veio uma vez como primeiro-ministro, foi confrontado com uma manifestação de trabalhadores com salários em atraso. Soares não gostou do que ouviu (chamaram-lhe o que Soares tem chamado aos governantes angolanos) e alguns trabalhadores foram presos por polícias zelosos. Mas, como não apresentou queixa (o tipo de crime em causa exigia a apresentação de queixa), o juiz não teve outro remédio senão libertar os detidos no próprio dia. Soares não gostou e insultou publicamente esse magistrado, o qual ainda apresentou queixa ao Conselho Superior da Magistratura contra Mário Soares, mas sua excelência não foi incomodado.
Na sequência, foi modificado o Código Penal, o que constituiu a primeira alteração de que foi alvo por exigência dos interesses pessoais de figuras políticas.
Soares é arrogante, pesporrento e malcriado. É conhecidíssima a frase que dirigiu, perante as câmaras de TV, a um agente da GNR em serviço que cumpria a missão de lhe fazer escolta enquanto presidente da República durante a Presidência aberta em Lisboa:
«Ó Sr. Guarda! Desapareça!».
Nunca, em Portugal, um agente da autoridade terá sido tão humilhado publicamente por um responsável político, como aquele pobre soldado da GNR.
Em minha opinião, Mário Soares nunca foi um verdadeiro democrata. Ou melhor é muito democrata se for ele a mandar. Quando não, acaba-se imediatamente a democracia. À sua volta não tem amigos, e ele sabe-o; tem pessoas que não pensam pela própria cabeça e que apenas fazem o que ele manda e quando ele manda. Só é amigo de quem lhe obedece. Quem ousar ter ideias próprias é triturado sem quaisquer contemplações.
Algumas das suas mais sólidas e antigas amizades ficaram pelo caminho quando ousaram pôr em causa os seus interesses ou ambições pessoais.
Soares é um homem de ódios pessoais sem limites, os quais sempre colocou acima dos interesses políticos do partido e do próprio país.
Em 1980, não hesitou em APOIAR OBJECTIVAMENTE O GENERAL SOARES CARNEIRO CONTRA EANES, NÃO POR RAZÕES POLÍTICAS MAS DEVIDO AO ÓDIO PESSOAL QUE NUTRIA PELO GENERAL RAMALHO EANES. E como o PS não alinhou nessa aventura que iria entregar a presidência da República a um general do antigo regime, Soares, em vez de acatar a decisão maioritária do seu partido, optou por demitir-se e passou a intrigar, a conspirar e a manipular as consciências dos militantes socialistas e de toda a sorte de oportunistas, não hesitando mesmo em espezinhar amigos de sempre como Francisco Salgado Zenha.
Confesso que não sei por que é que o séquito de prosélitos do soarismo (onde, lamentavelmente, parece ter-se incluído agora o actual presidente da República (Mário Soares), apareceram agora tão indignados com as declarações de governantes angolanos e estiveram tão calados quando da publicação do livro de Rui Mateus
sobre Mário Soares. NA ALTURA TODOS METERAM A CABEÇA NA AREIA, INCLUINDO O PRÓPRIO CLÃ DOS SOARES, E NEM TUGIRAM NEM MUGIRAM, APESAR DE AS ACUSAÇÕES SEREM ENTÃO BEM MAIS GRAVES DO QUE AS DE
AGORA. POR QUE É QUE JORGE SAMPAIO SE CALOU CONTRA AS «CALÚNIAS»
DE RUI MATEUS?».
«DINHEIRO DE MACAU»
Anos mais tarde, um senhor que fora ministro de um governo chefiado por MÁRIO SOARES, ROSADO CORREIA, vinha de Macau para Portugal com uma mala com dezenas de milhares de contos. *A proveniência do** dinheiro era tão pouco limpa que um membro do governo de Macau, ANTÓNIO **VITORINO, *foi a correr ao aeroporto tirar-lhe a mala à última hora.
Parece que se tratava de dinheiro que tinha sido obtido de empresários chineses com a promessa de benefícios indevidos por parte do governo de Macau. Para quem era esse dinheiro foi coisa que nunca ficou devidamente esclarecida. O caso EMAUDIO (e o célebre fax de Macau) é um episódio que envolve destacadíssimos soaristas,
amigos íntimos de Mário Soares e altos dirigentes do PS da época soarista. MENANO DO AMARAL chegou a ser responsável pelas finanças do PS e Rui Mateus foi durante anos responsável pelas relações internacionais do partido, ou seja, pela angariação de fundos no estrangeiro.
Não haveria seguramente no PS ninguém em quem Soares depositasse mais confiança.
Ainda hoje subsistem muitas dúvidas (e não só as lançadas pelo livro de Rui Mateus) sobre o verdadeiro destino dos financiamentos vindos de Macau. No entanto, em tribunal, os pretensos corruptores foram processualmente separados dos alegados corrompidos, com esta peculiaridade (que não é inédita) judicial: os pretensos corruptores foram condenados, enquanto os alegados corrompidos foram absolvidos.
Aliás, no que respeita a Macau só um país sem dignidade e um povo sem brio nem vergonha é que toleravam o que se passou nos últimos anos (e nos últimos dias) de administração portuguesa daquele território, com os chineses pura e simplesmente a chamar ladrões aos portugueses. E isso não foi só dirigido a alguns colaboradores de cartazes do MASP que a dada altura enxamearam aquele território.
Esse epíteto chegou a ser dirigido aos mais altos representantes do Estado Português.
Tudo por causa das fundações criadas para tirar dinheiro de Macau. Mas isso é outra história cujos verdadeiros contornos hão-de ser um dia conhecidos. Não foi só em Portugal que Mário Soares conviveu com pessoas pouco recomendáveis. Veja-se o caso de BETINO CRAXI, o líder do PS italiano, condenado a vários anos de prisão pelas autoridades judiciais do seu país, devido a graves crimes como corrupção.
Soares fez questão de lhe manifestar publicamente solidariedade quando ele se refugiou na Tunísia.
Veja-se também a amizade com Filipe González, líder do Partido Socialista de Espanha que não encontrou melhor maneira para resolver o problema político do país Basco senão recorrer ao terrorismo, contratando os piores mercenários do lumpen e da extrema direita da Europa para assassinar militantes e simpatizantes da ETA.
Mário Soares utilizou o cargo de presidente da República para passear pelo estrangeiro como nunca ninguém fizera em Portugal. Ele, que tanta austeridade impôs aos trabalhadores portugueses enquanto primeiro-ministro, gastou, como Presidente da República, milhões de contos dos contribuintes portugueses em passeatas pelo mundo, com verdadeiros exércitos de amigos e prosélitos do soarismo, com destaque para jornalistas. São muitos desses «viajantes» que hoje se põem em bicos de pés a indignar-se pelas declarações dos governantes angolanos.
Enquanto Presidente da República, Soares abusou como ninguém das distinções honoríficas do Estado Português. Não há praticamente nenhum amigo que não tenha recebido uma condecoração, enquanto outros cidadãos, que tanto mereceram, não obtiveram qualquer distinção durante o seu «reinado». Um dos maiores vultos da resistência antifascista no meio universitário, e um dos mais notáveis académicos portugueses, perseguido pelo antigo regime, o Prof. Doutor Orlando de Carvalho, não foi merecedor, segundo Mário Soares, da Ordem da Liberdade. Mas alguns que até colaboraram com o antigo regime receberam as mais altas distinções. Orlando de Carvalho só veio a receber a Ordem da Liberdade depois de Soares deixar a Presidência da República, ou seja logo que Sampaio tomou posse. A razão foi só uma: Orlando de Carvalho nunca prestou vassalagem a Soares e Jorge Sampaio não fazia depender disso a atribuição de condecorações.
FUNDAÇÃO COM DINHEIROS PÚBLICOS
A pretexto de uns papéis pessoais cujo valor histórico ou cultural nunca ninguém sindicou, Soares decidiu fazer uma Fundação com o seu nome. Nada de mal se o fizesse com dinheiro seu, como seria normal.
Mas não; acabou por fazê-la com dinheiros públicos.
SÓ O GOVERNO, DE UMA SÓ VEZ DEU-LHE 500 MIL CONTOS E A CÂMARA DE LISBOA, PRESIDIDA PELO SEU FILHO, DEU-LHE UM PRÉDIO NO VALOR DE CENTENAS DE MILHARES DE CONTOS. Nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Alemanha ou em qualquer país em que as regras democráticas fossem minimamente respeitadas muita gente estaria, por isso, a contas com a justiça, incluindo os próprios Mário e João Soares e as respectivas carreiras políticas teriam aí terminado. Tais práticas são absolutamente inadmissíveis num país que respeitasse o dinheiro extorquido aos contribuintes pelo fisco. Se os seus documentos pessoais tinham valor histórico Mário Soares deveria entregá-los a uma instituição pública, como a Torre do Tombo ou o Centro de Documentação 25 de Abril, por exemplo. Mas para isso era preciso que Soares fosse uma pessoa com humildade democrática e verdadeiro amor pela cultura.
Mas não. Não eram preocupações culturais que motivaram Soares. O que ele pretendia era outra coisa.
Porque as suas ambições não têm limites ele precisava de um instrumento de pressão sobre as instituições democráticas e dos órgãos de poder e de intromissão directa na vida política do país. A Fundação Mário Soares está a transformar-se num verdadeiro cancro da democracia portuguesa.»
MÁRIO SOARES E ANGOLA
"A polémica em torno das acusações das autoridades angolanas segundo as quais Mário Soares e seu filho João Soares seriam dos principais beneficiários do tráfico de diamantes e de marfim levados a cabo pela UNITA de Jonas Savimbi, tem sido conduzida na base de mistificações grosseiras sobre o comportamento daquelas figuras políticas nos últimos anos.
Espanta desde logo a intervenção pública da generalidade das figuras políticas do país, que vão desde o Presidente da República até ao deputado do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, passando pelo PP de Paulo Portas e Basílio Horta, pelo PSD de Durão Barroso e por toda a sorte de fazedores de opinião, jornalistas (ligados ou não à Fundação Mário Soares), pensadores profissionais, autarcas, «comendadores» e comentadores de serviço, etc.
Tudo como se Mário Soares fosse uma virgem perdida no meio de um imenso bordel.
Sei que Mário Soares não é nenhuma virgem e que o país (apesar de tudo) não é nenhum bordel. Sei também que não gosto mesmo nada de Mário Soares e do filho João Soares, os quais se têm vindo a comportar politicamente como uma espécie de versão portuguesa da antiga dupla haitiana «Papa Doc» e «Baby Doc».
Vejamos então por que é que eu não gosto dele (s).
A primeira ideia que se agiganta sobre Mário Soares é que é um homem que não tem princípios mas sim fins.
É-lhe atribuída a célebre frase: «Em política, feio, feio, é perder».
São conhecidos também os seus zigue-zagues políticos desde antes do 25 de Abril.
Tentou negociar com Marcelo Caetano uma legalização do seu (e de seus amigos) agrupamento político, num gesto que mais não significava do que uma imensa traição a toda a oposição, mormente àquela que mais se empenhava na luta contra o fascismo.
JÁ DEPOIS DO 25 DE ABRIL, ASSUMIU-SE COMO O HOMEM DOS AMERICANOS E DA CIA EM PORTUGAL E NA PRÓPRIA INTERNACIONAL SOCIALISTA. Dos mesmos americanos que acabavam de conceber, financiar e executar o golpe contra Salvador Allende no Chile e que colocara no poder Augusto Pinochet.
Mário Soares combateu o comunismo e os comunistas portugueses como nenhuma outra pessoa o fizera durante a revolução e FOI AMIGO DE NICOLAU CEAUCESCU, FIGURA QUE CHEGOU A APRESENTAR COMO MODELO A SER SEGUIDO PELOS COMUNISTAS PORTUGUESES.
Durante a revolução portuguesa andou a gritar nas ruas do país a palavra de ordem «Partido Socialista, Partido Marxista», mas mal se apanhou no poder meteu o socialismo na gaveta e nunca mais o tirou de lá. Os seus governos notabilizaram-se por três coisas: políticas abertamente de direita, a facilidade com que ertos empresários ganhavam dinheiro e essa inovação da austeridade soarista (versão bloco central) que foram os salários em atraso.
INSULTO A UM JUIZ
Em Coimbra, onde veio uma vez como primeiro-ministro, foi confrontado com uma manifestação de trabalhadores com salários em atraso. Soares não gostou do que ouviu (chamaram-lhe o que Soares tem chamado aos governantes angolanos) e alguns trabalhadores foram presos por polícias zelosos. Mas, como não apresentou queixa (o tipo de crime em causa exigia a apresentação de queixa), o juiz não teve outro remédio senão libertar os detidos no próprio dia. Soares não gostou e insultou publicamente esse magistrado, o qual ainda apresentou queixa ao Conselho Superior da Magistratura contra Mário Soares, mas sua excelência não foi incomodado.
Na sequência, foi modificado o Código Penal, o que constituiu a primeira alteração de que foi alvo por exigência dos interesses pessoais de figuras políticas.
Soares é arrogante, pesporrento e malcriado. É conhecidíssima a frase que dirigiu, perante as câmaras de TV, a um agente da GNR em serviço que cumpria a missão de lhe fazer escolta enquanto presidente da República durante a Presidência aberta em Lisboa:
«Ó Sr. Guarda! Desapareça!».
Nunca, em Portugal, um agente da autoridade terá sido tão humilhado publicamente por um responsável político, como aquele pobre soldado da GNR.
Em minha opinião, Mário Soares nunca foi um verdadeiro democrata. Ou melhor é muito democrata se for ele a mandar. Quando não, acaba-se imediatamente a democracia. À sua volta não tem amigos, e ele sabe-o; tem pessoas que não pensam pela própria cabeça e que apenas fazem o que ele manda e quando ele manda. Só é amigo de quem lhe obedece. Quem ousar ter ideias próprias é triturado sem quaisquer contemplações.
Algumas das suas mais sólidas e antigas amizades ficaram pelo caminho quando ousaram pôr em causa os seus interesses ou ambições pessoais.
Soares é um homem de ódios pessoais sem limites, os quais sempre colocou acima dos interesses políticos do partido e do próprio país.
Em 1980, não hesitou em APOIAR OBJECTIVAMENTE O GENERAL SOARES CARNEIRO CONTRA EANES, NÃO POR RAZÕES POLÍTICAS MAS DEVIDO AO ÓDIO PESSOAL QUE NUTRIA PELO GENERAL RAMALHO EANES. E como o PS não alinhou nessa aventura que iria entregar a presidência da República a um general do antigo regime, Soares, em vez de acatar a decisão maioritária do seu partido, optou por demitir-se e passou a intrigar, a conspirar e a manipular as consciências dos militantes socialistas e de toda a sorte de oportunistas, não hesitando mesmo em espezinhar amigos de sempre como Francisco Salgado Zenha.
Confesso que não sei por que é que o séquito de prosélitos do soarismo (onde, lamentavelmente, parece ter-se incluído agora o actual presidente da República (Mário Soares), apareceram agora tão indignados com as declarações de governantes angolanos e estiveram tão calados quando da publicação do livro de Rui Mateus
sobre Mário Soares. NA ALTURA TODOS METERAM A CABEÇA NA AREIA, INCLUINDO O PRÓPRIO CLÃ DOS SOARES, E NEM TUGIRAM NEM MUGIRAM, APESAR DE AS ACUSAÇÕES SEREM ENTÃO BEM MAIS GRAVES DO QUE AS DE
AGORA. POR QUE É QUE JORGE SAMPAIO SE CALOU CONTRA AS «CALÚNIAS»
DE RUI MATEUS?».
«DINHEIRO DE MACAU»
Anos mais tarde, um senhor que fora ministro de um governo chefiado por MÁRIO SOARES, ROSADO CORREIA, vinha de Macau para Portugal com uma mala com dezenas de milhares de contos. *A proveniência do** dinheiro era tão pouco limpa que um membro do governo de Macau, ANTÓNIO **VITORINO, *foi a correr ao aeroporto tirar-lhe a mala à última hora.
Parece que se tratava de dinheiro que tinha sido obtido de empresários chineses com a promessa de benefícios indevidos por parte do governo de Macau. Para quem era esse dinheiro foi coisa que nunca ficou devidamente esclarecida. O caso EMAUDIO (e o célebre fax de Macau) é um episódio que envolve destacadíssimos soaristas,
amigos íntimos de Mário Soares e altos dirigentes do PS da época soarista. MENANO DO AMARAL chegou a ser responsável pelas finanças do PS e Rui Mateus foi durante anos responsável pelas relações internacionais do partido, ou seja, pela angariação de fundos no estrangeiro.
Não haveria seguramente no PS ninguém em quem Soares depositasse mais confiança.
Ainda hoje subsistem muitas dúvidas (e não só as lançadas pelo livro de Rui Mateus) sobre o verdadeiro destino dos financiamentos vindos de Macau. No entanto, em tribunal, os pretensos corruptores foram processualmente separados dos alegados corrompidos, com esta peculiaridade (que não é inédita) judicial: os pretensos corruptores foram condenados, enquanto os alegados corrompidos foram absolvidos.
Aliás, no que respeita a Macau só um país sem dignidade e um povo sem brio nem vergonha é que toleravam o que se passou nos últimos anos (e nos últimos dias) de administração portuguesa daquele território, com os chineses pura e simplesmente a chamar ladrões aos portugueses. E isso não foi só dirigido a alguns colaboradores de cartazes do MASP que a dada altura enxamearam aquele território.
Esse epíteto chegou a ser dirigido aos mais altos representantes do Estado Português.
Tudo por causa das fundações criadas para tirar dinheiro de Macau. Mas isso é outra história cujos verdadeiros contornos hão-de ser um dia conhecidos. Não foi só em Portugal que Mário Soares conviveu com pessoas pouco recomendáveis. Veja-se o caso de BETINO CRAXI, o líder do PS italiano, condenado a vários anos de prisão pelas autoridades judiciais do seu país, devido a graves crimes como corrupção.
Soares fez questão de lhe manifestar publicamente solidariedade quando ele se refugiou na Tunísia.
Veja-se também a amizade com Filipe González, líder do Partido Socialista de Espanha que não encontrou melhor maneira para resolver o problema político do país Basco senão recorrer ao terrorismo, contratando os piores mercenários do lumpen e da extrema direita da Europa para assassinar militantes e simpatizantes da ETA.
Mário Soares utilizou o cargo de presidente da República para passear pelo estrangeiro como nunca ninguém fizera em Portugal. Ele, que tanta austeridade impôs aos trabalhadores portugueses enquanto primeiro-ministro, gastou, como Presidente da República, milhões de contos dos contribuintes portugueses em passeatas pelo mundo, com verdadeiros exércitos de amigos e prosélitos do soarismo, com destaque para jornalistas. São muitos desses «viajantes» que hoje se põem em bicos de pés a indignar-se pelas declarações dos governantes angolanos.
Enquanto Presidente da República, Soares abusou como ninguém das distinções honoríficas do Estado Português. Não há praticamente nenhum amigo que não tenha recebido uma condecoração, enquanto outros cidadãos, que tanto mereceram, não obtiveram qualquer distinção durante o seu «reinado». Um dos maiores vultos da resistência antifascista no meio universitário, e um dos mais notáveis académicos portugueses, perseguido pelo antigo regime, o Prof. Doutor Orlando de Carvalho, não foi merecedor, segundo Mário Soares, da Ordem da Liberdade. Mas alguns que até colaboraram com o antigo regime receberam as mais altas distinções. Orlando de Carvalho só veio a receber a Ordem da Liberdade depois de Soares deixar a Presidência da República, ou seja logo que Sampaio tomou posse. A razão foi só uma: Orlando de Carvalho nunca prestou vassalagem a Soares e Jorge Sampaio não fazia depender disso a atribuição de condecorações.
FUNDAÇÃO COM DINHEIROS PÚBLICOS
A pretexto de uns papéis pessoais cujo valor histórico ou cultural nunca ninguém sindicou, Soares decidiu fazer uma Fundação com o seu nome. Nada de mal se o fizesse com dinheiro seu, como seria normal.
Mas não; acabou por fazê-la com dinheiros públicos.
SÓ O GOVERNO, DE UMA SÓ VEZ DEU-LHE 500 MIL CONTOS E A CÂMARA DE LISBOA, PRESIDIDA PELO SEU FILHO, DEU-LHE UM PRÉDIO NO VALOR DE CENTENAS DE MILHARES DE CONTOS. Nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Alemanha ou em qualquer país em que as regras democráticas fossem minimamente respeitadas muita gente estaria, por isso, a contas com a justiça, incluindo os próprios Mário e João Soares e as respectivas carreiras políticas teriam aí terminado. Tais práticas são absolutamente inadmissíveis num país que respeitasse o dinheiro extorquido aos contribuintes pelo fisco. Se os seus documentos pessoais tinham valor histórico Mário Soares deveria entregá-los a uma instituição pública, como a Torre do Tombo ou o Centro de Documentação 25 de Abril, por exemplo. Mas para isso era preciso que Soares fosse uma pessoa com humildade democrática e verdadeiro amor pela cultura.
Mas não. Não eram preocupações culturais que motivaram Soares. O que ele pretendia era outra coisa.
Porque as suas ambições não têm limites ele precisava de um instrumento de pressão sobre as instituições democráticas e dos órgãos de poder e de intromissão directa na vida política do país. A Fundação Mário Soares está a transformar-se num verdadeiro cancro da democracia portuguesa.»
segunda-feira, 15 de março de 2010
domingo, 14 de março de 2010
sábado, 13 de março de 2010
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