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sábado, 20 de março de 2010

Porquê 60 dias?

A polémica sobre a chamada "Lei da Rolha" prossegue.
Já quase todos opinaram, mas eu ainda não.
Aqui vai:
Antes de mais, uma pequena declaração de princípios: Estou-me a marimbar para os estatutos do PSD. Não sou do PSD e nunca votei neste partido.
O que me faz confusão é que alguns "militantes" partidários que nem sequer comparecem às reuniões dos respectivos órgãos, se entretenham durante 4/5 do seu tempo e do alto das suas tribunas mediáticas, a tentar derrubar os dirigentes democraticamente eleitos e a arrasar qualquer decisão por estes tomada.
Não sei se é simples impressão minha, ou estes ditos "militantes" deveriam expor as suas ideias nos órgãos próprios do partido, baterem-se por elas e depois, se vencidos, acatar a decisão da maioria?
Não será esta a essência da democracia?
Já li algures que "qualquer dia um sócio do benfica ou do sporting não pode dizer mal do presidente do clube nas vésperas dos derbys..." É, talvez, o argumento mais estúpido que alguém se lembraria de invocar. É a verdadeira futebolização da política.
Um partido político não é um clube de futebol (embora alguns pareçam), nem é uma sociedade anónima (mesmo que desportiva), cuja gestão se orienta (ou deveria orientar) essencialmente para o lucro.
Se eu, sócio do benfica, tivesse qualquer possibilidade de participar no processo de tomada das decisões do meu clube, já teria contratado o Leonel Messi. Infelizmente, só posso eleger os dirigentes e esperar pelos resultados.
Um militante de um partido político pode e deve participar no processo de decisão e deve fazê-lo precisamente através da sua militância. A decisão é colectiva e o mínimo que se exige é solidariedade.
Esta norma estatutária do PSD tem, pelo menos, uma grande virtude: nos períodos eleitorais e por 60 dias, ouviremos menos disparates.
É pena ser só por 60 dias.

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