O fenómeno da corrupção está, definitivamente, na ordem do dia.
Fazem-se discursos, mais ou menos inflamados, organizam-se conferências e colóquios, criam-se comissões, apresentam-se números e estatísticas. Tudo com o nobre objectivo de combater este flagelo.
Há uma ideia perigosa que está a fazer escola no nosso país (e não só). É aquela de que todos os políticos são corruptos e que, como uma fatalidade, temos de conviver com isso.
Esta ideia é perigosa por várias ordens de razão.
Desde logo, porque não é verdadeira. existem milhares de políticos e decisores (autarcas, deputados e governantes) que não são corruptos. São pessoas sérias e que querem servir o país.
Em segundo lugar, esta ideia, criando descrença na democracia, abre as portas a "soluções" totalitárias de regime.
Diz-se que a percepção social do fenómeno da corrupção é superior à sua real dimensão.
Também acho que sim.
A corrupção existe na nossa sociedade como existem muitos outros fenómenos criminais (homicídios, roubos, fraudes fiscais, etc.).
Vamos acabar com ela? Talvez não.
É necessário combatê-la? Sem dúvida.
Como? Perguntam muitos...
Alguns passos podem ser dados.
O primeiro é nosso, dos cidadãos. Que tal deixar de votar em políticos que estão manifestamente envolvidos em esquemas de corrupção (alguns deles já condenados pelo sistema judicial)?
Depois, que tal exigir ao Estado que dote as entidades encarregues da prevenção e da repressão deste fenómeno (polícias e tribunais) dos necessários meios?
Por último e só a título de exemplo, porquê não batalhar pelo fim das off-shores?
O combate é de todos, não basta lamentar.
Sem comentários:
Enviar um comentário